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Camarinha - Corema Album

A camarinha é a baga da camarinheira - arbusto endémico quase exclusivamente do litoral português, só sendo conhecida também a existência numa pequena área nas Ilhas Cies – Espanha.
Curiosamente a espécie existente nalgumas Ilhas Açorianas não é a mesma Corema Album Azorica.
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Utilizada como protector das dunas do Pinhal do Rei (Pinhal de Leiria) onde, apesar do incêndio de 2003 ter destruído muitas camarinheiras, continua a ser o sítio de Portugal onde existe em maior abundância.
A camarinheira é uma planta dióica: umas só dão flores (masculinas) e outras (femininas) dão bagas brancas comestíveis de sabor acre e refrescante.

Venda de camarinhas e samoucos |

Nos anos 60 começou o meu gosto pelas camarinhas |
Antigamente a camarinha era transportada em cestos de verga e vendida às “medidas” que se despejavam num cartuxo de papel como tremoços e pevides. Havia tanto nas ruas como até à entrada do cinema da Figueira da Foz. Ainda há relativamente poucos anos voltaram a aparecer para venda na Praia da Nazaré e na Praia da Vieira mas já como atracção turística.
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Muitas são as lendas e cantigas que lhe estão associadas.
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Lenda das Camarinhas
Dizem que Santa Isabel
Rainha de Portugal
Montando branco corcel
Percorria o seu pinhal!
-“Ai do meu Esposo! Dizei!
Dizei-me, robles reais!
Meu Dinis! Senhor meu Rei!
Em que braços suspirais?!...
Os robles silenciosos
Do vasto Pinhal do Rei
Responderam receosos
– não sei!...
E o pranto da Rainha
Nas suas faces rolava,
Regando a erva daninha
No pobre chão que pisava!
– “ ó meu Pinhal sonhador
Que o meu Rei semeou!
Dizei-me do meu Amor
E se por aqui passou...” |
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Os robles silenciosos
Do vasto Pinhal do Rei
Responderam receosos:
– Não sei !...
Mas cristalizou-se o pranto
Em muitas bagas branquinhas
E transformou-se num manto
De brilhantes camarinhas!...
Eis que repara a Rainha
Numa casa iluminada...
– “ Quem vela nesta casinha
Numa hora adiantada ?!...”
Os robles silenciosos
Tão tristes que nem eu sei,
Responderam receosos:
– O Rei!...
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Cantiga Popular
Miramar
Fostes ao Senhor da Pedra
Minha rica Mariquinhas...
Nem por isso me trouxestes
Um ramo de camarinhas.
Hei-de ir ao Senhor da Pedra
Para colher as camarinhas...
Mas, meu amor, é de lá
Já mas tinha apanhadinhas.
Fui ao mar às camarinhas
E cacei um camarão...
(coro)
Ai sim, camarinha, ai sim!
Ai sim, camarinha, ai não!
Ai sim, camarinha, ai sim!
Camarinha, ai sim! Camarinha, ai não!
(solo)
Logo na Primeira onda
Veio o meu amor à mão....
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Maçã Reineta de Colares - Prunus communis

A Maçã Reineta de Colares cultivada entre a serra e o mar em campos divididos por muros de pedra e paliçadas de cana alternadas com cepas de vinho Ramisco, tem um aroma e um sabor únicos.
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O árabe Almunime Alhimiari, reportando Colares
como um dos principais centros frutículas e hortículas dos arredores da capital, escreveu há cerca de mil anos na obra referindo-se a esta maçã: «A região de Sintra é uma das regiões onde as maçãs são mais abundantes. Esses frutos atingem uma tal espessura que alguns chegam a ter quatro palmos de circunferência.!!» (in BORGES COELHO, 1989,I, p. 63)
Faz também referencia a um curso de água - Rio de Colares (?)- conhecido como Rio das Maçãs: «por causa das muitas [maçãs] que cahidas das arvores, e misturadas com as aguas apparecem boyando em toda a distancia, por onde se lhe dilataõ as correntes. Até ao mar largo, em muitas leguas, chegaõ aos navegantes a ver estes frutos, e por elles conhecem, que estaõ proximos á terra; porque desta leva o rio ao Oceano aquelles infalliveis sinaes» (SANTA ANNA, 1751, II, p. 84.) |
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